Sentir sem nada ter, sem nada ser, por mais que se queira; vaguidão do nada ser tudo, nulo ou inteiro – não se sabe. Reciprocidade do inexistente que me é impróprio... Não será ingenuidade da minha parte, ou pelo menos não deveria ser. O ceticismo já não me veste mais e eu me encontro desarmada.
A senhora vendedora de endorfinas mandou dizer “- Não se deve prestar atenção no que falas, e sim no que fazes.” E, segundo ela, tenho feito muito (ou pouco, vai saber?). Então passo a criar expectativas, mesmo sendo contra, tendo em vista que minha "racionalidade" me permite achar que esse tipo de "pequenas esperanças" sejam capazes de me encurtar "dimensões existenciais", como agora.
Nesse jogo de teatros eu costumo sair perdendo, ou desço do palco antes do espetáculo acabar, hermeticamente, por um golpe de realidade concretizado por nada, por tudo, por excesso de amor ou falta de. Por febre, por egoísmo. Por medo ou razão.

Desculpa, mas hoje, tal realidade fez-se contraditória, e paradoxalmente, após encontrar o que não se procurava, logo tudo fez-se nada e vice-versa, asfixiando a felicidade.
Digeri-la-ei, prometo.

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