Escrever é muito mais fácil, por isso ontem declarei-me Sibéria, extremamente fria e virginiana, tendo em vista que escutar tua consternação, fosse  muito mais agradável, tranqüilizante – há controvérsias - e maior responsável por me encher o peito de satisfação, mesmo sendo ato clandestino.
A felicidade cheira a shampoo barato. Chamaria plenitude se vago não fosse  o saber que emaranhar pernas e línguas noite passada, nada influencia no emaranhar alheio e todo teu desta noite e depois. A realidade me bate forte a cara e de repente eu não me basto. Então criamos cordialidades, mais por medo que por paixão, ou afinidade, ou respeito, ou sincronia, ou qualquer outra coisa estúpida que ousasses, ou não, chamar de “sentimento”, porque esse negócio de gostar e sentir falta quando se está longe, é recíproco, por mais que o calculismo me impeça de falar isso pessoalmente. E quando falo de sincronia, ou falta de, é por concordar com quando dissesses que as coisas foram nos inundando do jeito certo, na hora errada e meu maior medo é que estejas a confundir a sensibilidade de um relacionamento conturbado e eu “válvula de escape”, com um sentimentalismo demasiado, acolhedor.
Semanalmente nos despedimos sem tom de fim e esse envolvimento não há de cessar hoje, nem amanhã, nem depois, pois eu acreditei em cada palavra e por ora preferiria ter sido cética, como sempre fui, em quaisquer outras situações. Acho que esse negócio de me jogar verdades na cara, por mais doces que tenham sido, desordenou minhas estruturas e numa dessas de se perder e não se achar, eu tenha ficado pela metade.

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