Joplin, mais uma vez, arranha sua voz em minha vitrola, e eu, largada, fico a pensar sobre esse todo-nada que tenho vivido ultimamente, em todos os sentidos. O que ninguém, nem ao menos eu pareço entender, é que tudo o que eu quero é apenas um amor infinitamente efêmero e repetitivo quando nos convir. Meu tempo aqui é curto, não pretendo dilacerar cor-ações. Movida pela possibilidade de iludir meu imaginário, como se fosse possível encontrar uma desculpa para essa noite passada em claro deliciosamente contubada, por mais desconexo que fosse. Eu quero aquela forma de me abraçar que me permite contar mentiras a mim mesma - já morro de saudades. Eu quero uma faísca de prazer, um pouco mais daquela luxúria que me faz tão bem, que em alguns momentos me entrega, de forma tão pura, frações de felicidade e que por curtos espaços de tempo, torna tão simples viver e amar.
E que a nossa história, sêmen(te), continue a escorrer por entre nossas pernas, que os bicos dos seios continuem a captar cada emoção, cada frêmito e que me sejas inteiramente pleno, assim como sei que sou quando contigo estou, pois me sinto altamente covarde, aqui, agora, a contar duas histórias ao mesmo tempo e que nem eu serei capaz de entender mais tarde. Mas alguém entenderá, eu sei que sim. Aquela pessoa que me canta cherish aos pés dos ouvidos a cada sonho que delineio contigo. Essa sim, será a única pessoa capaz de entender minhas entrelinhas.
Há tempos não escrevia, as emoções estavam trancadas goela abaixo e eu não havia conseguido vomitá-las ainda. É tudo tão certo e tão confuso... São cento e vinte e quatro dias e agora tudo se (des)encaixa, contraditóriamente.

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